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Crítica do Filme "A Presença": Um Suspense Sobrenatural Que Deixa a Desejar

A mais nova obra de Steven Soderbergh, "A Presença", é um filme de terror psicológico que, infelizmente, não entrega o suspense ou os sustos que promete.

publicado em: 26/03/2025

No dia 3 de abril de 2025, "A Presença", mais novo longa-metragem do renomado diretor Steven Soderbergh, chega aos cinemas brasileiros com uma proposta ousada de ser um thriller psicológico com elementos sobrenaturais. Baseado em uma experiência real vivida pelo próprio Soderbergh, o filme conta a história de uma família que se muda para uma casa com uma história misteriosa. A premissa parecia promissora, mas, ao contrário do que se esperava, "A Presença" acaba se revelando um filme que não consegue entregar o que promete. Neste artigo, vamos explorar os pontos fortes e fracos dessa obra que, apesar de seu grande nome por trás das câmeras, deixou muito a desejar.

A Premissa e o Início Promissor

A história de "A Presença" começa com um conceito intrigante: uma casa assombrada por uma força sobrenatural. O próprio diretor, Steven Soderbergh, revelou que a ideia surgiu de uma experiência pessoal em sua residência em Los Angeles, onde um rumor sobre uma tragédia familiar foi um dos gatilhos para o desenvolvimento do filme. A ideia de explorar o mistério de uma presença maligna na casa parecia oferecer um potencial enorme para criar uma atmosfera densa e cheia de tensão.

"A Presença" se inicia de forma envolvente, sugerindo que estamos diante de um filme capaz de explorar o medo psicológico e o terror mais sutil. A fotografia, assinada pelo próprio Soderbergh, faz um bom trabalho ao capturar o ambiente claustrofóbico e sombrio da casa. A promessa é de uma experiência imersiva, onde cada canto da residência esconde algo inquietante. No entanto, logo percebemos que o filme se perde ao tentar manter o mistério por tempo demais, sem oferecer um susto ou um momento realmente assustador.

O Filme Vai Perdendo Força: O Que Faltou em "A Presença"

O grande problema de "A Presença" é que ele falha em cumprir a promessa de ser um thriller psicológico com elementos sobrenaturais. Embora a premissa inicial tenha potencial, a execução acaba sendo decepcionante. À medida que o filme avança, a sensação de mistério vai se dissipando, dando lugar a uma narrativa arrastada e sem grandes surpresas.

O enredo, que gira em torno de uma casa com uma entidade sobrenatural, se arrasta e deixa o público com a sensação de que nada relevante acontece durante grande parte do filme. A tal "presença" que assombra a casa se revela uma figura pouco ameaçadora, sem nenhum mistério real. Em alguns momentos, a entidade parece mais um "fantasminha camarada", segurando uma câmera e fazendo aparições previsíveis. Em vez de criar um clima de terror crescente, o que vemos é uma série de cenas que não conseguem envolver ou assustar o espectador.

A Falta de Criatividade nas Cenas Paranormais

Um dos maiores defeitos de "A Presença" está na falta de criatividade ao explorar os elementos paranormais. As cenas que deveriam ser aterrorizantes acabam sendo risíveis, com a entidade se comportando de maneira inusitada, como se estivesse apenas tentando chamar atenção, mas sem conseguir gerar medo. A tentativa de criar uma atmosfera sobrenatural fica clara, mas a execução é falha, com cenas repetitivas que não conseguem capturar o interesse do público.

Em certos momentos, o filme até se lembra de outros clássicos do gênero, como "Atividade Paranormal" (2007), mas, ao contrário da obra de Oren Peli, que soube equilibrar tensão e suspense, "A Presença" se perde em suas próprias limitações. A sensação de déjà vu é constante, e o filme nunca parece ser capaz de superar as comparações com obras mais bem-sucedidas.

O Elenco: Lucy Liu e os Outros Personagens

Com um elenco liderado pela atriz Lucy Liu, que se esforça para entregar uma performance de qualidade, "A Presença" acaba sendo prejudicado por personagens pouco desenvolvidos. Liu, conhecida por seus papéis em filmes como "Los Angeles - Cidade Proibida" e na série "Elementary", não consegue fazer sua personagem se destacar em meio a um enredo fraco. Sua atuação, apesar de profissional, não é suficiente para salvar um filme que já está comprometido pela falta de tensão e mistério.

Outros membros do elenco, como Chris Sullivan e Callina Liang, também não conseguem preencher os espaços deixados pela fraqueza do roteiro. A falta de um desenvolvimento emocional convincente torna difícil para o público se conectar com qualquer um dos personagens, o que enfraquece ainda mais o impacto do filme.

Presença
Crítica do Filme "A Presença": Um Suspense Sobrenatural Que Deixa a Desejar

O Final: Uma Despedida Frustrante

O clímax e o final de "A Presença" são simplesmente frustrantes. Sem querer dar muitos spoilers, é difícil entender a escolha do diretor ao concluir a história de uma maneira tão sem graça. O filme nos leva por um caminho de tentativas frustradas de sustos e tensão, mas, no final, a conclusão não entrega nenhum tipo de resolução satisfatória. O desfecho parece desconexo e incoerente, deixando várias pontas soltas que, ao invés de instigar o público, apenas deixam uma sensação de tédio.

De fato, o filme chega a um ponto em que o final parece ter sido escrito de forma apressada, como se o diretor tivesse perdido a confiança na própria história. Essa falta de foco no fechamento da trama é mais um fator que compromete a experiência geral de assistir a "A Presença".

Uma Oportunidade Perdida

"A Presença" de Steven Soderbergh é uma tentativa de explorar o gênero de suspense psicológico com elementos sobrenaturais, mas que acaba se perdendo na execução. A ideia inicial, inspirada por uma experiência pessoal do próprio diretor, tinha um grande potencial, mas o filme falha em entregar qualquer tipo de emoção verdadeira. O enredo é fraco, as cenas paranormais são risíveis e o final é decepcionante.

Embora a direção e a fotografia de Soderbergh apresentem alguns bons momentos, "A Presença" não consegue fazer jus à sua proposta de ser um filme de terror psicológico. Ao invés de deixar o espectador com medo e ansioso, o que o filme faz é gerar uma sensação de desinteresse, algo que é difícil de se desculpar quando estamos falando de um cineasta com a reputação de Soderbergh.

Se você está em busca de um bom filme de terror, talvez seja melhor procurar por outras opções. "A Presença" infelizmente falha em cumprir o que promete e deixa o público com a sensação de que, no final das contas, o grande mistério da casa assombrada é justamente o quanto o filme é desinteressante.

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Publicado por

Thiago Ribeiro Guedes

Editor do Focalizando

Jornalista e graduado em Publicidade, fiz da internet o meu país. Nas minhas redes sociais (@thiagobotafogo) não coloco ninguém em vacilo e produzo conteúdo sobre vida adulta, viagens, séries, filmes, tv, Biriba (meu cachorro) e Botafogo. Ah, e adoro reclamar. Se a vida me cobrasse para reclamar, eu pagaria o dobro!

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