Conheça o exótico Café Jacu, o mais caro do Brasil!
Para quem gosta de apreciar um bom café e surpreender o próprio paladar, precisa conhecer o Café Jacu, um dos mais caros do mundo
publicado em: 14/06/2022Café Jacu é um dos cafés mais exóticos do mundo, com um processo de produção bem inusitado: a partir das fezes de animais. Sim, você não leu errado! O Café Jacu é um produto de cultivo 100% brasileiro, produzido no interior do Espírito Santo.
Tudo começou quando o dono da fazenda observou que seu produto compartilhava de uma situação semelhante ao de alguns cafés mais caros do mundo, de produção internacional. Logo, não demorou para ele perceber que poderia ter o mesmo processo de produção que os maiores cafés estrangeiros.
O Café Jacu passou a ser produzido a partir das fezes de animais, de uma espécie de pássaros natural da Mata Atlântica, típica da região capixaba, o chamado Jacu. Mas há um grande motivo para que a produção seja feita dessa forma, se tornando referência de excentricidade no mundo todo.
Abaixo, entenda o processo de produção do Café Jacu e outras curiosidades.
Café Jacu: veja algumas curiosidades
O Café Jacu Bird (ou Jacu Bird Coffee) é uma linha de café gourmet 100% arábica e brasileira, originário da Fazenda Camocim, no interior do Espírito Santo, em Pedra Azul, Domingos Martins.
O local é uma região montanhosa, ficando acima dos 400 metros do Espírito Santo, é tem grande destaque quando o assunto é produção de café exótico. No caso do Café Jacu, embora a produção seja bem pequena, ele é considerado um dos cafés mais caros do mundo e do Brasil.
O Café Jacu é mais encorpado, com acidez média a alta, doçura e boa complexidade de aromas, conservando um sabor equilibrado que deixa um sabor marcante na boca de quem bebe. Ele é completamente exótico.
História
A Fazenda Camocim Organic, localizada na região montanhosa da Reserva Florestal de Pedra Azul, no município de Domingos Martins, ES, vinha enfrentando bastante problemas com a sua produção de café, tudo por conta dos pássaros (jacus) que atacavam os cafezais, devorando e destruindo os frutos antes da colheita.
Com as produções prejudicadas, causando grandes prejuízos e diminuindo muito o lucro da fazenda, o dono buscou encontrar uma solução para não ter que matar as aves e logo lembrou da produção de café utilizado em outros grandes países que enfrentaram situação parecida.
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Nesses locais, os produtores observaram que a ave, após ingerir o grão maduro de café, expelia ele da mesma forma, inteiro, com características intactas. Assim, o Café Jacu adaptou o seu processo de produção e logo se tornou o café mais caro do Brasil.
Produção
A ave Jacu não só come os grãos, mas também escolhe os melhores, os mais saudáveis e maduros, fazendo assim uma seleção natural dos grãos sem envolvimento humano. Como o organismo dessa ave não possui estômago, o processo digestivo é feito de maneira diferente, aproveitando apenas a polpa e a casca do grão, eliminando assim a semente intacta, com todas as suas características e com um sabor único.
Os grãos são colhidos próximos aos cafezais, aos pés da árvore, local onde as aves costumam deixá-los. Após colhidos, os grãos passam por um processo de limpeza, antes de serem torrados e moídos.
Por que é tão caro?
O Café Jacu é o mais caro do Brasil e um dos mais caros do mundo, fazendo companhia ao Kopi Luwak e o Black Ivory (extraído das fezes dos elefantes africanos). Mas a que se deve o valor elevado?
A dependência natural da vontade dos pássaros em se alimentarem do fruto é uma das grandes justificativas do valor alto do café. Além do mais, o Jacu é uma ave ameaçada de extinção, protegida sob legislação ambiental abrangendo toda região da Mata Atlântica brasileira, que não permite caçar, prender, criar ou reproduzir as aves.
Por conta disso, é uma grande dificuldade a produção do Café Jacu, já que é proibido alimentá-las em cativeiro para fazer a colheita dos grãos nos dejetos. A produção do café depende exclusivamente da ave ir comer os grãos de livre e espontânea vontade.
Isso explica muito o preço elevado do Café Jacu, que chega a custar cerca de 30 vezes mais que o café comum, sendo destinado geralmente ao mercado exterior.
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Editor do Focalizando
Jornalista e graduado em Publicidade, fiz da internet o meu país. Nas minhas redes sociais (@thiagobotafogo) não coloco ninguém em vacilo e produzo conteúdo sobre vida adulta, viagens, séries, filmes, tv, Biriba (meu cachorro) e Botafogo. Ah, e adoro reclamar. Se a vida me cobrasse para reclamar, eu pagaria o dobro!